Interoperabilidade com Erlang
Um dos benefícios adicionais em se construir em cima da Erlang VM (BEAM) é a abundância de bibliotecas existentes disponíveis para nós. A interoperabilidade nos permite usar essas bibliotecas e a biblioteca padrão Erlang a partir do nosso código Elixir. Nesta lição veremos como acessar funcionalidades da biblioteca padrão juntamente com pacotes Erlang de terceiros.
Biblioteca padrão
A extensa biblioteca padrão Erlang pode ser acessada de qualquer código Elixir em nossa aplicação. Módulos Erlang são representados por átomos em caixa baixa como :os
e :timer
.
Vamos usar :timer.tc
para medir o tempo de execução de uma determinada função:
defmodule Example do
def timed(fun, args) do
{time, result} = :timer.tc(fun, args)
IO.puts("Time: #{time} μs")
IO.puts("Result: #{result}")
end
end
iex> Example.timed(fn (n) -> (n * n) * n end, [100])
Time: 8 μs
Result: 1000000
Para uma lista completa de módulos disponíveis, consulte o Manual de referência Erlang.
Pacotes Erlang
Em uma lição anterior nós cobrimos Mix e como gerenciar nossas dependências. Incluir bibliotecas Erlang funciona da mesma maneira. Caso a biblioteca Erlang não tenha sido publicada no Hex, você pode alternativamente utilizar seu repositório git:
def deps do
[{:png, github: "yuce/png"}]
end
Agora podemos acessar nossa biblioteca Erlang:
png =
:png.create(%{:size => {30, 30}, :mode => {:indexed, 8}, :file => file, :palette => palette})
Diferenças notáveis
Agora que sabemos como usar Erlang, devemos cobrir alguns contrapontos que vêm com a interoperabilidade com Erlang.
Átomos
Átomos Erlang são similares aos de Elixir, só que sem os dois pontos (:
). Eles são representados por strings e underscores em caixa baixa:
Elixir:
:example
Erlang:
example.
Strings
Em Elixir, quando falamos strings, nós queremos dizer binários codificados em UTF-8. Em Erlang, strings continuam usando aspas mas representam listas de caracteres:
Elixir:
iex> is_list('Example')
true
iex> is_list("Example")
false
iex> is_binary("Example")
true
iex> <<"Example">> === "Example"
true
Erlang:
1> is_list('Example').
false
2> is_list("Example").
true
3> is_binary("Example").
false
4> is_binary(<<"Example">>).
true
É importante notar que muitas bibliotecas Erlang antigas podem não suportar binários, então precisamos converter strings Elixir em lista de caracteres. Felizmente, isso é fácil de se fazer com a função to_charlist/1
:
iex> :string.words("Hello World")
** (FunctionClauseError) no function clause matching in :string.strip_left/2
The following arguments were given to :string.strip_left/2:
# 1
"Hello World"
# 2
32
(stdlib) string.erl:1661: :string.strip_left/2
(stdlib) string.erl:1659: :string.strip/3
(stdlib) string.erl:1597: :string.words/2
iex> "Hello World" |> to_charlist() |> :string.words
2
Variáveis
Em Erlang, variáveis começam com caixa alta e a reassociação de variáveis não é permitida.
Elixir:
iex> x = 10
10
iex> x = 20
20
iex> x1 = x + 10
30
Erlang:
1> X = 10.
10
2> X = 20.
** exception error: no match of right hand side value 20
2> X1 = X + 10.
20
É isso! Utilizar Erlang a partir da nossa aplicação Elixir é fácil e efetivamente dobra o número de bibliotecas disponíveis para nós.
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